qual é a diferença entre blocos de zircônia e materiais tradicionais?
na odontologia moderna, a escolha dos materiais restauradores é essencial para alcançar resultados duradouros, estéticos e biocompatíveis. os blocos de zircônia surgiram como uma alternativa popular aos materiais tradicionais, como porcelana fundida com metal (pfm) e dissilicato de lítio devido às suas propriedades distintas. este artigo explorará as diferenças entre os blocos de zircônia e esses materiais convencionais, examinando seus pontos fortes, fracos e aplicações.
1. composição e estrutura
a zircônia é um material cerâmico conhecido por sua resistência e durabilidade, enquanto o pfm tradicional combina porcelana com uma subestrutura metálica. o dissilicato de lítio é uma vitrocerâmica conhecida por sua translucidez e estética. a composição única de cada material influencia suas propriedades e adequação para restaurações dentárias específicas.
blocos de zircônia: compostos por dióxido de zircônio, esses blocos são normalmente processados por meio de sinterização em alta pressão e alta temperatura, resultando em um material com estrutura bastante densa. esta composição torna a zircônia resistente a rachaduras e desgaste.
porcelana fundida em metal (pfm): os pfms apresentam um núcleo de metal revestido com camadas de porcelana. enquanto o metal proporciona resistência, a faceta de porcelana cria uma aparência estética.
dissilicato de lítio: fabricado em vitrocerâmica, o dissilicato de lítio contém cristais que melhoram a translucidez, tornando-o ideal para restaurações nas áreas visíveis da boca. no entanto, não é tão forte quanto a zircônia.
2. força e durabilidade
um dos destaques da zircônia é sua resistência, que supera a maioria dos materiais tradicionais. esta propriedade torna a zircônia adequada para uso em restaurações posteriores, onde as forças de mastigação são maiores.
zircônia: conhecida por sua alta resistência à flexão (variando de 600 a mais de 1.000 mpa), a zircônia pode suportar forças de mastigação significativas e tem menor probabilidade de fraturar. essa durabilidade o torna ideal para coroas e pontes, principalmente em regiões molares.
pfm: embora fortes devido à sua subestrutura metálica, os pfms podem enfrentar problemas com lascas de porcelana ao longo do tempo, especialmente se o paciente tiver o hábito de ranger os dentes.
dissilicato de lítio: com uma resistência à flexão de cerca de 400 mpa, o dissilicato de lítio é menos durável que a zircônia, mas oferece resistência suficiente para restaurações anteriores onde as forças são menores.
3. qualidades estéticas
conseguir uma restauração com aparência natural é crucial, especialmente para dentes visíveis. tanto a zircônia quanto o dissilicato de lítio se destacam nessa área, embora sejam aplicados de forma diferente dependendo do caso.
zircônia: inicialmente opaca, a zircônia evoluiu com os avanços na translucidez, permitindo opções de alta translucidez e zircônia multicamadas para imitar a aparência natural do esmalte. embora não sejam tão naturalmente translúcidos quanto o dissilicato de lítio, os tipos modernos de zircônia (como a zircônia multicamadas 3d e 4d) alcançam um bom equilíbrio entre resistência e estética.
pfm: embora os pfm possam atingir uma aparência estética razoável, a base de metal às vezes pode causar uma linha escura na linha da gengiva, especialmente quando a gengiva recua. isso pode prejudicar a aparência natural geral.
dissilicato de lítio: conhecidas por sua translucidez excepcional, as restaurações de dissilicato de lítio combinam perfeitamente com os dentes naturais, tornando-as um dos melhores materiais para dentes anteriores onde a estética é a prioridade.
4. biocompatibilidade
a biocompatibilidade é uma consideração essencial para qualquer material que permaneça na boca por longos períodos. esse recurso afeta fatores como conforto, risco de inflamação e quão bem o material se integra aos tecidos orais.
zircônia: altamente biocompatível, a zircônia é resistente a bactérias e ao acúmulo de placa bacteriana, sendo uma ótima opção para pacientes com tendência a inflamações gengivais ou alergias a metais. sua superfície lisa também pode reduzir o acúmulo de placa bacteriana, o que é benéfico para a saúde das gengivas a longo prazo.
pfm: a base metálica dos pfm pode causar reações alérgicas ou sensibilidades em alguns pacientes, especialmente com ligas à base de níquel. além disso, a interação do metal com o ambiente bucal pode levar a uma pequena descoloração das gengivas ao longo do tempo.
dissilicato de lítio: o dissilicato de lítio também é biocompatível e geralmente bem tolerado pelo organismo. no entanto, falta-lhe a resistência ao acúmulo de bactérias que a zircônia oferece, o que pode ser levado em consideração em pacientes com problemas gengivais.
5. custo e longevidade
os custos de cada material variam, assim como sua vida útil.
zircônia: as restaurações de zircônia são inicialmente mais caras devido à durabilidade e qualidade estética do material. no entanto, a sua longa vida útil pode torná-los uma solução mais económica a longo prazo.
pfm: os pfm tendem a ser mais baratos inicialmente, mas podem exigir substituição mais cedo do que a zircônia devido a problemas como lascas ou recessão gengival, que podem expor a base metálica.
dissilicato de lítio: o dissilicato de lítio oferece um equilíbrio médio entre custo e durabilidade, embora possa precisar de substituição mais cedo do que a zircônia se for submetido a condições de alto estresse.
os blocos de zircônia oferecem uma alternativa atraente aos materiais tradicionais como pfm e dissilicato de lítio em odontologia. a sua resistência, biocompatibilidade e capacidades estéticas em evolução tornam a zircónia ideal para restaurações anteriores e posteriores, enquanto os pfm permanecem úteis nos casos em que a resistência é necessária, mas o custo é uma preocupação. a vantagem estética do dissilicato de lítio o torna perfeito para restaurações altamente visíveis. em última análise, a escolha depende das necessidades clínicas específicas, das preferências do paciente e da localização da restauração na boca.